quinta-feira, 4 de maio de 2017

O Certificado

Pedido de Zeca em 1969, de um certificado de tempo e de qualidade de serviço, ao Diretor da Escola de Lagos, para efeitos de colocação numa escola de ensino secundário o que veio a acontecer.

Qual a razão do pedido, já que Zeca era professor, embora provisório e lecionara em vários locais?

Aqui gostaria de salientar a analogia que houve com o percurso do pai José Nepomuceno Afonso dos Santos, magistrado de direito ultramarino. Foi um "saltibanco" no que ao lugar diz respeito. Esteve em Angola, Moçambique, depois Timor e voltou para Moçambique onde permaneceu até o regresso efetivo a Portugal. Zeca foi, como professor, um andarilho: Mangualde, Lagos, Faro, Aljustrel, Alcobaça, Faro de novo, Lourenço Marques, Beira (estes em Moçambique) e Setúbal onde, após 20 dias de internamento na Casa de Saúde de Belas, é expulso do ensino oficial (1967).

Mas Zeca embora expulso, requereu voltar ao ensino oficial o que conseguiu, após este pedido que fez ao Diretor da Escola de Lagos (admira-me o facto de ter sido o pedido feito a Lagos, já que Zeca teve em Faro o seu maior período de professorado em Portugal (ano letivo de 1958/1959 e de 1960 a 1964)). Requerimento aceite e Zeca vai lecionar História (e não Ciências como está mencionado em várias biografias) na Escola das Areias em Setúbal (7-10-1969 a 31-7-1970) . No ano seguinte é-lhe indeferido o requerimento e não volta a dar aulas no ensino público durante o Estado Novo.

Zeca só volta a dar aulas em 1983. É reintegrado no ensino oficial, na Escola Preparatória de Azeitão, como professor de História e de Português.

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