terça-feira, 23 de agosto de 2016

Censura em Portugal

Metáforas

Para contornar a censura, alguns autores começaram a usar termos metafóricos: em vez de Socialismo, escreviam "Aurora", em vez de Revolução, escreviam "Primavera", em vez de Polícia, "Vampiro", o que tinha o condão de tornar muita da prosa que se escrevia em textos poéticos que alguns recordam, paradoxalmente, com nostalgia. Um poema de David Mourão Ferreira, celebrizado por Amália Rodrigues como o "Fado de Peniche" termina com "Ao menos ouves o vento! - Ao menos ouves o mar", sendo todo o poema uma referência ao sofrimento dos presos políticos no Forte de Peniche à beira mar, que sofriam por vezes em situações de extrema angústia e de tortura.

Conta-se, que o célebre refrão das Janeiras (como a versão "Natal dos Simples" de Zeca Afonso): "Pam, pa ra ri ri, Pam, pa ra ri ri, Pam, pam, pam..." era por vezes cantado, em concertos como "Vão parar à PIDE, vão parar à PIDE, vão, vão, vão...", o que terá ocasionado situações cómicas como a de um censor que se juntou ao coro subversivo, julgando cantar apenas uma simples canção popular, e que depois foi severamente repreendido, na sua inocência, pelos superiores.

Natal dos Simples foi um verdadeiro sucesso, sendo uma das raras composições de José Afonso que tinham direito a transmissão na rádio portuguesa, apesar do disco ter sido proibido pela Emissora Nacional.

fonte: wikipédia


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