sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Moçambique 1982

Zeca Afonso

"Se houve alguma coisa em África que me marcou definitivamente foi a realidade colonial"

Mia Couto - Escritor

Professor de Geografia de Mia Couto no Liceu Pêro de Anaia (14-9-1965 a 30-7-1966), na cidade da Beira, José Afonso é lembrado pelo antigo aluno como "uma pessoa muito anti-formal"

"Era uma pessoa muito fora do contexto, muito anti-formal. Já nessa altura andava de calções de caqui na sala de aulas". "Foi a ele que ouvi dizer pela primeira vez a palavra colonialista, ao insurgir-se contra alguém". "Como professor, não se limitava à matéria de Geografia. Era um grande professor da vida"

Kok Nam - fotojornalista moçambicano (acompanhou Zeca Afonso nos espetáculos que este deu na Beira e em Tete em 1982. No Expresso refere mal, os anos 1983-84)

Zeca Afonso era "uma pessoa muito interessante" e que "cantava muito bem".

"Apesar de ter prestígio internacional, era uma pessoa muito simples. O Zeca (Afonso) tinha essa particularidade. Não era um homem orgulhoso, que exibisse os seus galões. Raramente falava na primeira pessoa; era sempre em termos colectivos"

"Tornámo-nos amigos. Fui visitá-lo duas ou três vezes a Portugal, mas fiquei muito impressionado da última vez que estivemos juntos, quando ele já estava muito doente", adiantou.

Depois do almoço, José Afonso ainda foi dar um passeio, amparado pelos amigos, mas Kok Nam não registou nenhuma imagem deste último encontro.
"Não quis reter esta imagem, porque quero lembrar-me do Zeca como ele era, uma pessoa cheia de vida", justificou.

Daqui:

http://arquivo.expresso.pt/jose-afonso-actividade-anticolonial-causou-lhe-problemas-com-a-pide-mia-couto=f528848

Fotos do arquivo de Júlio Pereira

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